Rui Zink reflecte sobre a natureza da banda desenhada (BD) enquanto narrativa literária, e não só gráfica. Neste quadro, contesta dois equivocos frequentes no modo com a BD é encarada: enquanto mera sobreposição da imagem em relação à linguagem verbal, e como simples meio de comunicação de massas. Em alternativa, procura, demonstrar que: – a escrita é um aspecto fundamental de um texto de BD, tanto na sua criação como na sua fruição; – não há limites temáticos e estilísticos para a BD senão aqueles que os próprios autores se impuserem; – a novela e o romance como formas narrativas implicam uma emancipação da BD em relação ao seu registo na imprensa periódica, lúdico e de leitura imediata.